Sentimentos meus.

Ele se sentia como um extra-terrestre, como alguém só, um coração batendo no lugar errado. Ele se sentiu como um leão abandonado pela sua família, ele possuía força, beleza e inteligência, porém nenhuma dessas qualidades tem importância alguma quando se sente só. Se sentiu como se sua alma estivesse se partindo em mil, e cada fragmento estivesse se integrando no coração das pessoas que realmente havia o amado um dia.
Ele se sentia sujo, imundo na verdade, sentia vontade de renascer das cinzas de seu passado. O café de sua caneca estava frio, e o seu cigarro estava se apagando, ele então o ressuscitou com uma tragada, o saboreou e depois o jogou morto com as bitucas queimadas por ele, seus olhos estavam brilhantes a lagrima que se formava os deixou brilhantes, e então a mesma lágrima correu sobre o seu rosto até pousar em seus lábios e se dissolver, ele  sentiu o gosto salgado da lágrima, o gosto da dor.
Ele então resolveu sair de casa, resolveu tomar um ar fresco, era disso que ele precisava, ou pensava que precisava, então se levantou do sofá preto onde estava sentado e pegou seu casaco no cabideiro junto a porta, o vestiu  e quando saiu fechou a porta atrás dele.
Sentiu vontade de sumir, ir pra bem longe onde ninguém pudesse o encontrar, mas então ele percebeu que o que ele sentia iria junto com ele, e isso não ajudaria em nada.

Cleison da Silva.

Pai.

Pai pra mim é aquele que sempre está presente nos melhores momentos da vida de seu herdeiro.
Pai é um rei que ensina o seu filho a se tornar um rei como ele.
Quando chega tarde do trabalho e vai até o quarto do filho, o beija e se ele estiver descoberto o cobre.
Aquele que ajuda o filho a se equilibrar na bicicleta, aquele que abraça o filho e o beija quando ele faz aniversário.
Pai é aquele que cria o seu filho com amor, independente da maneira como ele foi criado.
O espelho do seu filho, aquele que sempre está ao lado do filho e sempre caminha com ele, o orientando e o ajudando a desviar dos obstáculos da vida.
Feliz dia dos pais a todos os pais de verdade, pois infelizmente existem alguns que não nasceram para ser pai.

Cleison da Silva.

No fundo gostamos do terror.

Era algo lindo, porém aterrorizante, um espetáculo porém a platéia não sabia aproveitar.

Mas eu sim, eu consegui sorrir mesmo querendo chorar, crateras se abriram no chão.

O céu estava enfeitado de inúmeras cores, como se mil estrelas estivessem correndo, pessoas chorando e gritando. Pessoas que por vários motivos não queriam deixar de existir,  escutei uma explosão e senti um calor, quando olhei para trás vi uma enorme chama, queimando tudo, as árvores eram tochas, os pássaros não conseguiam mais voar, as flores estavam todas mortas, o sol se expandiu e fez parte do céu, uma onda de terror me invadiu, e uma lágrima dançou sobre o meu rosto, tudo estava terminado e então eu comecei a correr, eu corri passando por mães com crianças no colo, passei por diversos carros parados na rua, eu não podia parar de correr, mais lágrimas foram derramadas por mim, eu corri até cair, fiquei caído no chão e pessoas pisaram em mim, olhei para o céu e ele estava completamente negro, e então grandes riscos vermelhos pousaram na terra, onde enormes explosões nasceram, e então eu não senti mais o chão, foi como se o meu coração estivesse parado de bater, um risco do céu estava vindo em minha direção eu então não pude mais fugir, apenas olhei para aquele espetáculo, tudo que um dia existiu estava morrendo ali, inclusive eu.

Cleison da Silva.

Coisas de uma mente confusa.

Eu só sei que herdei a loucura de algo que não conheço e eu a recebi como um presente, ela me deixa cansado, perturbado e frágil, uma palavra me faz chorar, e nenhum abraço,atitude ou algo reconfortante, é capaz de cessar a dor que ela causa em mim.
Eu me pergunto se é possível controlar ela, seria bem mais fácil conviver com algo que você pode controlar, eu poderia reservar os horários do dia em que eu pudesse pirar de vez, a minha loucura me faz tomar decisões que eu não queria nunca ter que tomar, mas ela me ajuda a entender oque eu realmente sou, me mostra a luz que talvez a minha ingenuidade tapa, eu só posso afirmar que abracei ela, para ela não se tornar o meu pior pesadelo.

Para o meu Deus da escuridão meu romântico sombrio.

Quando acordo de um sonho, aquele que estava se desenrolando em minha mente perfeitamente, procuro ele debaixo do meu travesseiro desesperadamente, o procuro como um refúgio, um abrigo, pois nesse momento tudo que está a minha volta já me cansou, me deixou exausto, o gosto amargo da vida é o preço a pagar por todos os sabores doces de um sonho, a realidade me sufoca, me corrói e me retalha, porém talvez essa seja a dor que me mantem vivo, oque ajuda o meu sangue a correr dentro de minhas veias, faria tudo por um par de asas, um amor sincero, um sorriso dedicado a mim.

Futuro

"Oque você quer ser quando crescer?" quem nunca ouviu essa pergunta?
Eu quando criança sempre respondia a mesma coisa "piloto de avião", acho engraçado como desde
pequeno e já tão sonhador, a ideia de estar nas nuvens era fascinante, de levar uma cultura a outra.
Enfim quando criança a resposta  chega a ser excitante, porém quando maior, a resposta pode ser perturbadora, quais os meus objetivos afinal? tudo isso tem alguma razão? a alegria a dor, o sorriso e a lágrima, quando criança eu sempre fui doce, porem agora a vida está me deixando amargo, procuro desesperadamente por um refúgio que me tire desse mundo tão real, onde as pessoas são tão insuportáveis e incompreendidas, onde os valores foram deixados pra trás, onde o amor talvez tenha se tornado um conto de fadas, onde o dinheiro é a coisa mais importante do mundo, porque? meu coração puro de antes agora está em pedaços, meu otimismo se quebrou.
Se me  perguntarem oque pretendo fazer do meu futuro hoje, acho que responderia: "pretendo ser alguém melhor", pois só assim para isso tudo fazer sentido, a ideia de nascer, crescer, morrer, e ser esquecido, me atormenta.

C.S

Vida social?

Sexta-Feira, noite, escolho a roupa, banho, se troco, perfume, fitando o espelho, arrumando o cabelo,
Calço o tênis, pego dinheiro, o cigarro, o esqueiro, o ipod, o celular, a chave de casa, "até amanhã mãe", vou ao encontro dos meus amigos, eles já devem estar me esperando, os encontro, os comprimento, risos, bebemos, brincamos com os cigarros, andamos, encontramos pessoas conhecidas, risos, e os meus pensamentos estão em outro lugar, recebo a ligação, escuto a mesma coisa de sempre e falo a mesma coisa de sempre, chamada encerrada, risos, meus amigos me convidam para beber mais, bebemos, alguns se despedem, fica apenas eu Mariane, bebemos mais, compartilhamos mais alguns segredos como de praxe, "eu te adoro meu" , "ahh eu te adoro também amor", andamos, entramos em alguma boate, dançamos, olhares penetradores, sorrisos alheios, bebidas oferecidas, música alta, as luzes me fascinam, e logo depois me perturbam, e quando percebo meus pensamentos estão longe, enjoo, vontade de vomitar, tontura, sorriso forçado, bebi algo de um copo que estava no balcão, o dono do copo sorri e se apresenta, conversamos, rimos e dividimos perguntas, minha amiga me puxa pela mão, o sol grita horrorizado lá fora, já é dia, voltamos pra casa sonolentos, sorrindo e com fome, chego em casa, durmo, acordo e me pergunto como foi a sua noite passada, tarde, bebo bastante água, leio algo, noite, escolho a roupa, banho, se troco, perfume, fitando o espelho, arrumando o cabelo,
Calço o tênis, pego dinheiro, o cigarro, o esqueiro, o ipod, o celular, a chave de casa, "até amanhã mãe".

C.S