quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sentimentos meus.


Ele se sentia como um extra-terrestre, como alguém só, um coração batendo no lugar errado. Ele se sentiu como um leão abandonado pela sua família, ele possuía força, beleza e inteligência, porém nenhuma dessas qualidades tem importância alguma quando se sente só. Se sentiu como se sua alma estivesse se partindo em mil, e cada fragmento estivesse se integrando no coração das pessoas que realmente havia o amado um dia.
Ele se sentia sujo, imundo na verdade, sentia vontade de renascer das cinzas de seu passado. O café de sua caneca estava frio, e o seu cigarro estava se apagando, ele então o ressuscitou com uma tragada, o saboreou e depois o jogou morto com as bitucas queimadas por ele, seus olhos estavam brilhantes a lagrima que se formava os deixou brilhantes, e então a mesma lágrima correu sobre o seu rosto até pousar em seus lábios e se dissolver, ele  sentiu o gosto salgado da lágrima, o gosto da dor.
Ele então resolveu sair de casa, resolveu tomar um ar fresco, era disso que ele precisava, ou pensava que precisava, então se levantou do sofá preto onde estava sentado e pegou seu casaco no cabideiro junto a porta, o vestiu  e quando saiu fechou a porta atrás dele.
Sentiu vontade de sumir, ir pra bem longe onde ninguém pudesse o encontrar, mas então ele percebeu que o que ele sentia iria junto com ele, e isso não ajudaria em nada.
Cleison da Silva.

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